segunda-feira, 17 de maio de 2010

Identidade Social na Adolescência

Actividade 2: Discussão do processo de construção de identidade na Adolescência

Comentário geral da Actividade 2

Os recursos de aprendizagem disponibilizados e a discussão efectuada no fórum permitiram compreender e demonstrar a importância desses novos meios digitais (blogs e páginas pessoais) no processo de construção da identidade e de socialização dos nativos digitais.
Os adolescentes partilham as suas preocupações, frustrações, alegrias, tristezas, acabando por funcionar como um desabafo para aquilo que não conseguem compreender, desenvolvendo inconscientemente uma tarefa central que se inicia na infância e termina com o culminar de uma vida, a sua identidade. Perceber que os adolescentes apresentam maiores facilidades de permeabilidade do seu mundo através da utilização de algumas ferramentas tecnológicas, permite-nos, enquanto educadores, perceber alguns dos seus comportamentos, antecipando a resolução de futuros problemas de cariz social. A utilização de blogs e páginas sociais afirma-se como uma óptima estratégia a desenvolver por todos os professores, mas sobretudo por directores de turma na procura de respostas muitas vezes camufladas exteriormente pelos alunos.
O anonimato proporcionado aos jovens dentro de mundos digitais permite maior flexibilidade para explorar a sua identidade através da sua linguagem, seu jogo de papéis e as personagens que assumem (Calvert, 2002).
O estudo de Schmitt, Dayanim e Mathias (2008) aponta também outras vantagens no uso da Internet e na construção de páginas: a sua utilização como diário auto-biográfico e o apoio nos trabalhos da escola.
A principal dificuldade sentida na realização desta actividade, passou pela análise dos recursos facultados. Estes encontram-se em Inglês técnico utilizando por vezes terminologias por mim desconhecidas, obrigando-me a algumas traduções digamos um pouco confusas. Esta situação agrava-se com a disponibilidade de tempo requerida pelas restantes unidades curriculares, levando à realização das actividades em contra-relógio.


Participação no fórum Geral da Actividade 2

Construção de identidade na adolescência.

Desde da infância que o nativo digital, agora adolescente, convive com tecnologia de informação. O adolescente afirma as suas competências utilizando ambientes de interacção e socialização virtuais, como por exemplo: páginas pessoais, weblogs, facebok, mysape e hi5, referindo apenas alguns dos mais populares. Nestes ambientes partilham pormenores da sua vida e informações pessoais, verificando-se um prolongamento do mundo real para o mundo virtual. Huffaker & Calvert (2008) alertam para a necessidade de uma cultura de segurança por partes dos bloguers, susceptíveis de observação por parte de predadores sexuais.
Os adolescentes partilham desta forma tecnológica as suas preocupações, frustrações, alegrias, tristezas, acabando por funcionar como um desabafo para aquilo que não conseguem compreender, desenvolvendo inconscientemente uma tarefa central que se inicia na infância e termina com o culminar de uma vida, a sua Identidade. Para tal, estes sítios beneficiam de uma utilização simples, permitem uma actualização rápida a partir de posts, uma forma prática para arquivar informação, possibilitando comentários, fomentando o desenvolvimento de comunidades on-line na blogosfera.
As preocupações relacionadas com o corpo, sexo, raça ou idade podem ter efeitos profundos na definição da personalidade (Collins & Kuczaj, 1991), mas, no mundo virtual, os adolescentes encontram flexibilidade para a exploração da sua identidade através da linguagem, do seu desempenho e da personalidade que assumem.
Relativamente aos estudos de Scmitt, Dayanim & Mathias (2008) e de Huffaker & Calvert (2008) registam-se algumas conclusões sobre o processo de construção de identidade na adolescência. A construção de páginas e blogues tem um impacto muito importante na vida dos jovens, levando-os a acreditar em si e nas suas capacidades, valorizando a sua auto-estima e o seu lugar na sociedade. Observando os seus blogues e páginas pessoais, deparamo-nos com pormenores relativos à identidade, linguagem, afirmação da sexualidade e traços emocionais. A visão que estes transmitem da sua própria imagem é, globalmente, positiva.
O anonimato proporcionado aos jovens dentro de mundos virtuais permite maior flexibilidade para explorar a sua identidade através da sua linguagem, seu jogo de papéis e as personagens assumem (Calvert, 2002).
O estudo de Schmitt, Dayanim e Mathias (2008) aponta também outras vantagens no uso da Internet e na construção de páginas: a sua utilização como diário auto-biográfico e o apoio nos trabalhos da escola.
Por último, a maioria das pesquisas sugere que uma parcela significativa da população total na blogosfera é constituída por adolescentes, sendo a divisão entre os sexos relativamente equilibrada. Cerca de 40 a 50 por cento dos blogues existentes são desenvolvidos e mantidos por adolescentes.

Trocar os blogues por redes sociais

Concordo com a opinião apresentada pela maioria dos colegas, quando referem que os jovens, e, julgo eu, também muitos adultos, preferem actualmente as redes sociais como o Hi5 e agora a moda do momento o Faceboock, em detrimento dos Blogues. Estas redes sociais apresentam largas vantagens, sobretudo ao nível da aposta efectuada nas aplicações de entretenimento: repare-se na febre do momento, o Farmville, e na possibilidade de cruzar, conhecer , convidar amigos e amigos de amigos, à distância de um clique, o que claro se torna bastante aliciante, quando a popularidade é um objectivo a atingir. Os blogues, apesar de um funcionamento/ interface intuitivo, requerem outra disponibilidade e capacidade em mantê-los actualizados, originais e interessantes.
Dado que se falou no Facebook, aproveito para introduzir outra questão pouco consensual. Este mês a revista Courrier Internacional tem como tema de capa as Redes Sociais, apresentando alguns textos muito interessantes para esta e outras Unidades Curriculares. No artigo da página 78 levanta-se uma questão interessante: quantos amigos posso ter na Internet?

“Robin Dunbar, antropólogo britânico, esclarece que não tem facebook. Põe em causa os coleccionadores de amigos. Pensa que a acumulação de supostos amigos obedece apenas a uma ânsia exibicionista. A dimensão da colecção de seguidores numa rede social chega a ser valorizada nos currículos profissionais por ser, supostamente, sinal de grande sociabilidade.
Depois de analisar outras espécies como os símios, Dunbar defende que o tamanho do nosso cérebro não nos permite administrar emocionalmente mais de 150 amizades… no círculo sagrado da amizade cabem apenas cinco, os íntimos. Os restantes situam-se noutros círculos, cada vez mais afastados da intimidade.”

Por outro lado, o artigo apresenta-nos um caso excepcional na internet espanhola, uma utilizadora do Twitter é seguida por 13 mil internautas, afirmando o seu relacionamento com cerca de 900.

“ Há um ano, The Economist publicava os números do sociólogo Cameron Marlowe. Partindo de um internauta com 120 amigos no Facebook, a lista de pessoas com quem interage é sensivelmente menor. Se for homem serão sete. Se for mulher, dez. Se tiver 500 “amigos” no Facebook, comunicará com 17 ou 26, respectivamente, consoante o sexo."

De forma a confrontar os nossos adolescentes/ alunos com a sua capacidade de relacionamento neste meio social e, por conseguinte, permitir mais uma ajuda na sua percepção e definição da identidade, proponho um exercício interessante. Divulgar e discutir os resultados apresentados pelo Facebrity (http://apps.facebook.com/facebrity/), uma aplicação desenvolvida pela empresa responsável pelo Facebook, que permite de uma forma cómica apresentar o resultado do nível de popularidade de cada utilizador.

Courrier Internacional, número 170, Abril 2010

Bibliografia:
Huffaker, D.; Calvert, S. (2008). Gender, Identity and Language Use in Teenage Blogs. In Journal of Computater-Mediated Comunication, 10 (2), article 1.

Schmitt, K.; Dayanim, S.; & Matthias, S. (2008). Personal Homepage Construction as an Expression of Social Development. In Development Psychology, 44 (2), 496-506.

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